As pesquisas de comunicação, geralmente, são focadas nos meios de comunicação de massa ou nas mídias digitais, surgidas das constantes evoluções tecnológicas, sempre com promessas de revolucionar a comunicação. No entanto, é preciso estender o olhar para as formas de comunicação que estão à margem da grande mídia e que surgem das camadas da sociedade que costumam ser excluídas desses processos. A comunicação social se dá também fora dos limites da televisão e de outros meios e um simples olhar atento às ruas das grandes cidades é capaz de despertar tal entendimento. Os indivíduos estão em constante exercício de expressão das suas idéias e convicções - seja através do seu modo de vestir, ou a partir de marcas estampadas nas ruas –, e o centro urbano se transforma em um verdadeiro painel dessas expressões. Entre elas, estão os stickers, peças gráficas anexadas aos mobiliários urbanos com a finalidade de expressar alguma idéia, mensagem ou sentimento individual ou coletivo em relação a assuntos de origens diversas.
Esta monografia se propõe a estudar os stickers a partir do questionamento de como essas apropriações do espaço público são capazes de gerar reflexões e conversações civis na sociedade em que estão inseridas. A pesquisa pretende, primordialmente, possibilitar a análise dos usos desse suporte mediático - o sticker - na legitimação do espaço público e na participação na esfera pública. Além disso, o estudo tem como objetivos a observação do uso do espaço público de Belo Horizonte pelos Stickers
[1] Sticker, com inicial maiúscula, refere-se ao autor do sticker, que com inicial minúscula refere-se à peça.
